segunda-feira, 31 de março de 2008

Em relação ao post do russo da mancha...

É bom ver esta gente "importante", como ele ou o Tony Blair, a revelarem assim a sua fé. Isso fez-me pensar:

Faz pena não fazerem isso quando estavam no poder... ou seria melhor não? Às vezes não sei bem o que seria preferível, penso que haja prós e contras.
Por um lado como cristãos somos chamados a dar testemunho da nossa fé, por outro, sabemos que na política as coisas não são assim tão lineares e, às vezes, é preciso ser-se inteligente e saber pesar bem o que se revela de si mesmo. Acham ingenuidade uma pessoa dar a conhecer que vai à Missa e concorda com as posições da Igreja? Sabendo que isso pode não ser a coisa mais popular e o faz perder votos? Mas por outro lado, a solução é mascarar uma coisa que somos? Ser cristão pode ser apenas considerado como um assunto da vida pessoal? Ou uma forma de vida que me obriga a expor-me?
Precisamos de católicos na política, como em qualquer sector da sociedade, como em nossa casa. Os outros saberem que o que (QUEM!) move a minha vida é Cristo, de uma maneira clara e sem meias palavras, é um ponto negativo, um peso que me vai atrasar ou fazer perder alguma coisa importante? Será que misturado com isto há medo de afirmar que sou cristão e ser perseguido por isso(sendo que a perseguição pode ser o ser ignorado ou menosprezado pelos outros...)?
Acho que todos percebem as minhas dúvidas, aliás, penso que é um campo em que não há grandes certezas.
Isto veio-me à cabeça a propósito de uma conversa que tivemos na ultima ceia ( não "A Última Ceia"!) de Senzas em minha casa.

Gostava de ouvir as vossas opiniões!

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3 comentários:

Domingueira disse...

Duarte, para quem esteve presente na última ceia senza percebe-se logo a razão deste post...

Há muito a dizer sobre isto. A nossa atitude deve ser a mais adequada à situação que nos é apresentada no momento. Não há resposta certa.

Parece-me que não devemos andar a gritar pelas ruas a toda a gente que Cristo ressuscitou e está Vivo! Com certeza que nos tomariam como loucos!!! Não terias algum voto...
Mas se assumir-mos uma postura verdadeira perante a Vida, e se sem medo, dissermos que amamos a Cristo, já será melhor.

Durante a campanha do aborto nunca, em debate algum, disse que era Católica, que seguia os valores da Igreja ou sequer falei de Deus.
Fi-lo por duas razões:
1º Precisava que as pessoas ouvissem o tinha para dizer e falar de Deus e da Igreja a algumas pessoas é como torná-las surdas!
2º Para defender a Vida não é preciso falar de Deus.

Se lhes tivesse falado de Deus seria melhor? Ficavam a saber que era Católica, mas fazia diferença?

Acima de tudo, mais do que andarmos a anunciar que é Jesus Cristo, Nosso Senhor, que guia as nossas vidas, devemos ser coerentes nas nossas escolhas. O nosso exemplo será o nosso maior testemunho. E aqui falo contra mim.

A fidelidade a Cristo não é fácil. E mais dificil se torna quando temos de dar contas publicamente, como é o caso dos políticos. Se algum dia fôr eu a ter de as dar, só espero ter a coragem para o fazer sem medo das consequências.
Peço a graça para ser fiel.

Faz sentido o que disse?

Senzhugo disse...

A Sapiência é um dom do Espírito. Ajuda ao discernimento.

João Silveira disse...

Acho que a mariana tem razão. Nem sempre nos é pedido que andemos com a bandeira na mão, a anunciar que somos de Cristo. O que interessa é que quando for preciso não tenhamos medo, e o façamos.

No entanto parece-me estranho que as pessoas com quem convivemos todos os dias, durante um certo tempo, não saibam que somos católicos. Isto tanto na política como noutro emprego qualquer.

Quando eu trabalhava no BPI tinha sempre um crucifixo pequeno em cima da secretária. Não para anunciar que sou cristão, mas para me ajudar no trabalho, para saber porque é que estava a fazer aquilo, e tentar fazê-lo com amor. Mas ao mesmo tempo, também não deixava margem para dúvidas em relação à ser católico ou não.