quarta-feira, 30 de abril de 2008

Tu es Petrus - João Silveira

Em Março de 2007, há um ano e picos, fui a Roma para o encontro do CL com o Papa. Além de mim foram também os senzas Mariana “domingueira” Loureiro, e o Pedro “senzas, amo-vos” Guedes. No próprio dia do encontro, não tinha o “bilhete” necessário para a entrada na praça de São Pedro. O espírito senza não brinca, e facilmente entrei para a zona reservada aos portugueses, que era óptima, mesmo quase lá à frente, em frente ao Altar. Estávamos com os alemães e os espanhóis, e toda a gente estranhava o facto de termos um lugar tão bom, enquanto os italianos (nota: o movimento é italiano), ficavam atrás de nós. Dizia-se que os alemães estavam ali porque o Papa é alemão, os espanhóis porque o padre Carron, chefe do CL, é espanhol, e os portugueses porque sim!

Enquanto o Papa não vinha, eu e o Guedes vimos uma janela de oportunidade, e com outros aventureiros, passámos para a zona à frente de onde estávamos, ou seja ficámos mesmo no “quarteirão” em frente ao Altar. Mas tivemos o cuidado de ficar na última fila, porque sabíamos que o papamóvel iria passar naquele corredor, ou seja mesmo à nossa frente. Ainda veio um senhor polícia (?) com mais ou menos 2 metros de altura e largura do armário do meu quarto, falar connosco, porque não podíamos estar nem com um pé no corredor. Esse senhor autoritário desata a debitar palavras, e algures a meio do discurso, que se fosse em alemão e não em italiano ia jurar que era do Hitler, resolvi dizer: “viva il Papa”. Foi um desnexo tão grande no meio daquela suposta desanda que nos estava a dar, que o homem soltou uma gargalhada, quem sabe pela primeira vez na vida, e continuou a falar connosco, agora com um semi-sorriso.

E eis se não quando, lá veio o senhor vestido de branco, que passou a mais ou menos 1 metro de nosotros. Em relação a isto, um parêntesis para dizer que o Francisco Paccetti tirou uma fotografia espectacular, com a cara do Papa em grande plano. Isto só por si já era por demais emocionante, mas além disso eu tinha um espanhol ao meu lado que gritava como se não houvesse amanhã. E então enquanto passava o Papa, esse senhor gritava: “Pedro, Pedro!”. De tal maneira que dei por mim também a gritar esse nome, Pedro. E isso foi o que mais me marcou nesse “encontro” com o bispo de Roma. Aquele homem é o sucessor de Pedro, o escolhido por Cristo para chefiar a Sua Igreja. O primado de Pedro é-lhe conferido pelas palavras magníficas, em Mt 16, 18: “Et ego dico tibi: Tu es Petrus, et super hanc petram aedificabo Ecclesiam meam; et portae inferi non praevalebunt adversum eam.” (Por isso Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela).

“Tu es Petrus”, dou por mim durante o dia a dizer-me esta frase, a repeti-la várias vezes. Nela está o garante da unidade do Povo de Deus, acima das subjectividades e erros próprios a cada homem. Nela está a certeza que Deus não Se engana, nem nos engana, ao ter criado a Igreja com um pastor, que conduz o rebanho pelo difícil caminho até ao Céu. Nela está feita a escolha, que não recaiu em quem nunca errou, ou errou menos, mas em quem se levantou com a coragem suficiente para humildemente Lhe dizer: “SENHOR, TU SABES TUDO, TU SABES QUE TE AMO” (Jo 21, 17). Graças a Deus, pelo Papa!!!

João Silveira


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4 comentários:

Senzhugo disse...

por momentos pensei que o homem a gritar "Pedro! Pedro!" estaria a dizer pro Guedes sair da frente ou algo parecido. O post está muito bom!

João Silveira disse...

Lol! Só se o homem fosse o pi

Catarina Nicolau Campos disse...

Sim senhor, chô Engenheiro!
Estava inspirado...

João Silveira disse...

Tive uma musa inspiradora...a Santa Madre Igreja.

bjs, kate