quinta-feira, 14 de junho de 2012

A família grega e o Papa - Encontro das Famílias

NIKOS: Boa noite! Somos a família Paleologos. Vimos de Atenas. Chamo-me Nikos, e ela é a minha esposa Pania. Estes são os nossos dois filhos: Pavlos e Lydia. Há alguns anos, juntamente com mais dois sócios e investindo tudo o que tínhamos, começámos uma pequena sociedade de informática. Com a chegada da duríssima crise económica actual, os clientes diminuíram drasticamente e os que ficaram adiam cada vez mais os pagamentos. Mal conseguimos pagar os salários dos dois trabalhadores que temos, ficando pouquíssimo para nós, os sócios. Assim, à medida que passam os dias, vai havendo cada vez menos para manter as nossas famílias. A nossa situação é apenas uma dentre muitas, uma entre milhões de outras. Na cidade, as pessoas caminham de cabeça baixa; e já ninguém tem confiança em ninguém, falta a esperança.

PANIA: Mesmo nós, embora continuando a acreditar na providência, temos dificuldade em imaginar um futuro para os nossos filhos. Há dias e noites em que nos perguntamos, Santo Padre, como fazer para não perder a esperança. Que pode a Igreja dizer a toda esta gente, a estas pessoas e famílias sem qualquer perspectiva?

SANTO PADRE: Queridos amigos, obrigado por este testemunho que tocou o meu coração e o coração de todos nós. Que podemos responder? Não bastam as palavras; temos de fazer algo de concreto e todos nós sofremos pelo facto de sermos incapazes de fazer algo de concreto. Comecemos pela política: parece-me que deveria crescer o sentido da responsabilidade em todos os partidos. Não prometam coisas que não podem realizar; não se limitem a procurar votos para si, mas sintam-se responsáveis pelo bem de todos. Que se perceba que política é sempre também responsabilidade humana, moral diante de Deus e dos homens. 

Depois, naturalmente, temos os indivíduos que sofrem e – muitas vezes sem possibilidade de se defenderem – vêem-se obrigados a aceitar a situação como ela é. Mas aqui podemos também dizer: cada um procure fazer tudo o que lhe é possível, pense em si, na família, nos outros, com um grande sentido de responsabilidade, sabendo que os sacrifícios são necessários para avançar. Terceiro ponto: Que podemos fazer nós? Esta é a minha questão, neste momento. Creio que talvez pudessem ajudar as geminações entre cidades, entre famílias, entre paróquias… Agora, na Europa, temos uma rede de geminações, mas trata-se de intercâmbios culturais – sem dúvida, muito bons e muito úteis –, quando talvez haja necessidade de geminações noutro sentido: que realmente uma família do Ocidente, da Itália, da Alemanha, da França... assuma a responsabilidade de ajudar outra família. E o mesmo se diga das paróquias, das cidades: que assumam responsabilidades reais, ajudem concretamente. E podeis estar certos! Eu e muitos outros rezamos por vós, e esta oração não é só dizer palavras, mas abre o coração a Deus e assim gera também criatividade na busca de soluções. Esperamos que o Senhor vos ajude, que o Senhor vos ajude sempre! Obrigado!


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