sábado, 22 de março de 2014

Estávamos doentes, sem esperança de cura - S. Agostinho

Na verdade, meus irmãos, aquilo que Deus prometia parecia inacreditável aos homens: que, a partir deste estado mortal em que são corruptíveis, desprezíveis, fracos, pó e cinzas, se tornariam iguais aos anjos de Deus! Foi por isso que Deus não Se limitou a estabelecer com os homens o contrato das Escrituras para que acreditassem, mas optou por um mediador e garante da sua fé: e não foi um príncipe, nem um anjo, nem um arcanjo, mas o Seu Filho único. 

Assim, através do Seu próprio Filho, mostrou-nos o caminho pelo qual nos conduziria ao fim que nos havia prometido. Porém, para Deus era pouco o Seu Filho mostrar-nos o caminho; assim, Deus fez dele o caminho (Jo 14,6), que tu seguirás sob a Sua direcção, o caminho que trilharás.


Como estávamos longe dele! Ele tão acima e nós tão em baixo! Estávamos doentes, sem esperança de cura. Foi enviado um médico, mas o doente não o reconheceu, pois «se de facto O tivessem conhecido não teriam crucificado o Senhor da glória» (1Cor 2,8). Mas a morte do médico foi o remédio do doente; o médico tinha vindo visitá-lo e morreu para o curar. 

Ele fez entender aos que acreditaram nele que era Deus e homem: Deus que nos criou e homem que nos recriou. Uma coisa era visível nele, a outra estava oculta; e o que estava oculto era muito mais importante do que o que se via. […] O doente foi curado pelo que estava visível para se tornar capaz de ver plenamente mais tarde. Ocultando esta visão suprema, Deus diferia-a, não a recusava. 

in Homilias sobre os salmos, Sl 109


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