quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Doris, a mulher que já salvou mais de três mil bebés

Esta é a história de Doris Hipólito, cujo compromisso permitiu que três mil mulheres continuassem com a gravidez. Ela já começou um projecto de crowd-funding poder ajudar mais mulheres


Longe dos holofotes, existe quem proponha às jovens desesperadas uma solução alternativa ao aborto. A missão em favor da vida, no Brasil, tem o rosto suave e doce de Maria das Dores Hipólito Pires, conhecida como Doris Hipólito. Casada e mãe de dois filhos, essa mulher conseguiu com que, em 23 anos, pelo menos outras 3000 crianças nascessem.

A relação entre a sua vida e os nascituros começa em 1991. Doris, então professora numa escola na periferia do Rio de Janeiro, foi chamada uma manhã pelo director, que lhe propôs começar um projecto de apoio às muitas estudantes que depois de terem abortado sofriam os consequentes problemas psicológicos.

Assim, Doris abriu uma porta de escuta dentro da escola onde lecionava e, pouco depois, dado o sucesso obtido, decidiu exportar o modelo também para outras escolas. A assistência a essas "mães falhadas", muitas vezes adolescentes, começou assim tornar-se para Doris no pão de cada dia.

Católica fervorosa, Doris pede constantemente por meio da oração que Deus a acompanhe no seu compromisso. Um dia, depois de ter rezado o Terço, sentiu o desejo de rezar a Maria pela defesa da vida. Foi assim que formou um grupo de voluntários que durante todo o ano se reúne na rua ou em outros lugares públicos para rezar o terço e distribuir panfletos de defesa da vida e contra o aborto.

Doris e os outros voluntários começam a trabalhar é a temida Baixada Fluminense, habitada por mais de 3 milhões de pessoas e cheia de clínicas de aborto, nas quais, além médicos, estão figuras especialistas em rituais vudu.

Armados com coragem, Doris e os começaram a tentar dissuadir as mulheres, muitas vezes viciadas ou prostitutas à mercê de criminosos, de entrarem nas "clínicas". Em alternativa era-lhes oferecida a possibilidade de entrarem numa casa de acolhimento, criada com fim de cuidar das mães durante a gravidez, para dar à luz os seus filhos e dar-lhes uma oportunidade de trabalho após o parto.

A primeira menina a pisar nesta instalação, alugada por Doris com dinheiro do seu próprio bolso, foi uma grávida sem-abrigo encontrada sob um viaduto enquanto estava em condições psicoológicas e físicas terríveis. O seu resgate deu início a um ciclo virtuoso de mulheres recuperadas dentro daquela que foi baptizada como Casa de Amparo Pró-Vida.

Tal iniciativa deveria receber aprovação unânime, mas infelizmente isso não acontece. Muitas vezes tentaram bloquear o funcionamento da sua estrutura. Em particular, grupos de feministas deploram o seu trabalho porque o consideram um obstáculo para a instância de legalização do aborto no Brasil. Foi emblemático quando uma mulher, procuradora federal, chegou à Casa da Defesa Pro-Vida para uma inspecção e, vendo as fotos das crianças salvas do Aborto num muro, exclamou: “Esta casa nunca deveria ter existido!”.

As ameaças de morte através de telefonemas anónimos são agora uma realidade com a qual Doris aprendeu a viver, confiando na Providência. A mesma Providência que tem conseguido com que a sua casa receba financiamentos para pagar as contas, para ter fornecimentos gratuito de frutas e produtos de uma fazenda, e contar com uma equipe de médicos e psicólogos voluntários que auxiliam as meninas que residem lá.

O último presente é uma parcela de terreno, na qual Doris tem a intenção de construir uma casa, que seja maior do que a actual (agora insuficiente para acomodar as muitas jovens que a procuram) e que seja sua, de modo não ter que pagar a renda. Daí a decisão de começar um projecto crowd-funding. Um novo desafio daquela que, depois de receber a autorização dos seus familiares, se tornou a sua única actividade: salvar vidas humanas do flagelo do aborto. A quem lhe pergunta sobre quem a obriga fazer isso, Doris responde assim: “Os poderosos podem dar-me poder, mas as crianças podem dar-me o paraíso.”


adptado de Zenit


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